FAQ
ORIGINS
Não. O sistema de cobertura verde não incluí a membrana de impermeabilização, sendo que esta é parte da construção do edificio mesmo sem cobertura verde.
Tecnicamente o sistema de cobertura verde começa sobre o última camada da construção. Em Portugal as situações mais comuns são:
- cobertura invertida: caracteriza-se por ter o isolamento térmico (cortiça, XPS, etc..) sobre a impermeabilização. Neste caso, o sistema de cobertura verde começa sobre a camada de isolamento térmico e deve garantir: protecção do isolamento térmico, drenagem, filtro de separação e substratos técnicos, no caso de sistemas multicamada;
- cobertura quente (warm roof): a impermeabilização é a última camada da construção. Nestes casos sobre a impermeabilização deve ser colocada uma manta de protecção mecânica, seguida de elemento de drenagem, filtro de separação, substrato e plantações;
Nota: todas as camadas enunciadas anteriormente devem ser dimensionadas e podem ser diferentes de projecto para projecto.
A impermeabilização não é considerada um elemento do sistema de cobertura verde, em todos os guia técnicos internacionais.
É designada cobertura verde (ou cobertura ajardinada ou cobertura viva) todo o tipo de instalação de vegetação sobre uma estrutura construída, independentemente do tipo de construção ou do tipo de vegetação. Apenas se excluem as paredes verdes construídas com trepadeiras ou sistemas de jardins verticais. Tipicamente são executadas recorrendo a um sistema com diversos materiais dispostos em camadas, que devem assegurar o bom desenvolvimento da vegetação, respeitando e promovendo a integridade física da estrutura construída.
As coberturas verdes apresentam diversas vantagens a diferentes níveis. Algumas das principais são:
- Capacidade de retenção de água da chuva, minorando problemas de cheias e inundações em picos de precipitação
- Melhoria do microclima e consequente redução do efeito de ilha de calor;
- Promovem a melhoria da qualidade do ar, através da captação de CO2, produção de oxigénio, bem como através da retenção de poeiras e partículas em suspensão no ar;
- Diminuição do ruído;
- Promoção da biodiversidade;
- Redução de custos energéticos pelo isolamento térmico que conferem aos edifícios;
- Redução dos custos de manutenção dos edifícios através da proteção da impermeabilização e redução dos custos energéticos;
- Aumento do espaço útil na cidade;
- Valorização imobiliária;
- Possibilidade de produção de alimentos locais frescos
Foi lançado em 2020, pelo Governo Portugês, o fundo ambiental, que financia a instalação de coberturas verdes e jardins verticais.
São elegíveis pessoas singulares proprietárias de edifícios de habitação existentes e ocupados, unifamiliares, de frações autónomas em edifícios multifamiliares ou de edifícios multifamiliares, construídos até ao final do ano de 2006.
A comparticipação será de 70% até um montante máximo de 3000 euros.
Mais informações aqui
Não. Muito pelo contrário! As coberturas verdes aumentam a vida útil da membrana de impermeabilização. Ao estabilizar a variação de temperatura ao longo do dia, sobre a cobertura, a aplicação de uma cobertura verde reduz o desgaste e a formação de fissuras na membrana, devido aos trabalhos de expansão e contração que ocorrem nesta estrutura no período de maior calor (por volta das 12 horas) e mais frio (noite) respectivamente . As infiltrações são evitadas com a escolha correta do sistema de impermeabilização, que obrigatoriamente deve ter características antí-raiz e que, dependendo do tipo de vegetação a instalar deve ser protegido por outras telas antí-raiz adicionais e/ou por mantas de proteção mecânica da impermeabilização.
Depende muito do tipo de cobertura e do tipo de clima da região onde estiver inserida a obra. Em Portugal a maioria das coberturas verdes, inclusive as extensivas, necessita de rega, ainda que algumas sejam bem menos exigentes do que outras.
Uma cobertura verde bem projetada, instalada e mantida deve estender a vida da cobertura em pelo menos 2 a 3 vezes o seu tempo de vida normal. Em vários sítios do mundo, inclusive em Portugal há coberturas verdes funcionais com mais de 50 anos.
Sim, desde que o edifício reúna as condições necessárias à construção de uma cobertura verde, tais como:
- Possuir capacidade de carga para receber o acréscimo conferido pela cobertura verde;
- A membrana de impermeabilização deve estar em excelentes condições e preferencialmente não estar em fim de vida, caso contrário é aconselhável a sua substituição.
Cobertura verde extensiva: cobertura de edifícios ou de outras construções com uma camada de vegetação que requer baixa manutenção, uma vez instalada. As plantas da cobertura verde extensiva (suculentas, herbáceas perenes) desenvolvem-se sobre uma camada de substrato com uma espessura máxima de 15cm e, em geral, a vegetação não ultrapassa os 50 cm de altura. O peso do conjunto do perfil de substrato e da vegetação é geralmente inferior a 120kg/m2.
Cobertura verde intensiva: cobertura de edifício e outras construções que apresentam um coberto vegetal de tratamento intensivo ou semi-intensivo requerendo uma manutenção elevada, idêntica à de um jardim convencional. As plantas da cobertura verde intensiva podem ser herbáceas, sub-arbustos, arbustos e árvores. Desenvolvem-se numa camada de substrato com uma espessura superior a 15cm. O peso conjunto da camada de substrato e da vegetação é superior a 120kg/m2.
Cobertura verde semi-intensiva: cobertura de edifício ou de outras construções que apresentam um coberto vegetal misto (intensivo e extensivo) e que requer manutenção moderada. A vegetação de uma cobertura viva semi-intensiva é geralmente composta por plantas herbáceas, sub-arbustivas e arbustivas. Desenvolvem-se numa camada de substrato com uma espessura de 10cm a 25cm.
A ANCV não recomenda empresas ou pessoas específicas, nem se responsabiliza pelos produtos ou ações dos seus membros. No entanto, disponibilizamos no nosso website uma tabela com um resumo sobre onde encontrar os mais variados serviços e produtos para coberturas verdes, fornecidos pelos nossos membros:
Cada projeto é único e os preços são sempre negociados de acordo com as soluções e os diferentes sistemas que são utilizados. Ainda assim, em média uma cobertura verde extensiva em Portugal pode custar entre 40 e 70 €/ m2, e uma cobertura intensiva pode custar entre 80 a 150 €/ m2. Estes valores são médias meramente indicativas, podendo sofrer alterações muito significativas que se prendem com ganhos ou perdas de escala e questões logísticas de acesso á cobertura e meios para distribuição de materiais na cobertura.
Não. Alguns membros da ANCV oferecem esse serviço (http://ancv.thesign.solutions/pt/servicos ).
A ANCV desenvolve consultoria para Municípios em matérias de infraestruturas verdes e soluções e NBS’s (Nature based solutions) para as cidades.
Alguns pontos devem ser verificados pelo menos uma vez por ano, tanto para coberturas verdes intensivas como extensivas:
. Drenagem: é necessário verificar se os tubos de queda tem passagem livre de água
. Plantas invasoras: Recomenda-se a retirada das plantas invasoras que possam danificar a drenagem, ou a estrutura de suporte, e que tenham tendência para se tornarem dominantes;
. Adubação: de acordo com as espécies cultivadas, deve-se verificar a necessidade de se adubar e/ou acrescentar matéria orgânica;
. Sistema de rega: manutenção e programação atempada e adequada.
Não.
Depende muito do tipo de cobertura e de cada projeto, que deve ser analisado caso a caso.
Uma cobertura extensiva deverá ter cerca de 4 visitas anuais depois do período de instalação. Uma cobertura intensiva deverá ter uma manutenção idêntica á de um jardim.
Sim. Há muitas soluções diferentes para instalar coberturas inclinadas. Em termos de custo quanto mais inclinada for a cobertura maior será o seu custo
A produção de alimentos nas coberturas dos edifícios é uma área em desenvolvimento. É possível cultivar sem problemas muitas espécies diferentes, em especial as mais tolerantes à seca como alecrim, tomilho e cebolinho. No entanto, podem ser cultivadas a maioria das culturas tradicionais mais exigentes desde que se garanta um adequado perfil de substrato (bem como o tipo de substrato), irrigação e adequada manutenção.
Se o projeto for elaborado segundo as boas regras de projeto / construção e manutenção de coberturas verdes, nomeadamente os guias técnicos de referência nesta área, não haverá qualquer problema. No entanto, os problemas mais comuns devido a falhas de projeto e/ou execução e/ou manutenção são:
Utilização de solos em vez de substratos técnicos: A utilização de solos em vez de substratos técnicos em sistemas modernos, multicamada com baixa espessura leva à perda da estrutura do perfil de solo, colmatação de filtros e encharcamento no período de chuva com a consequente morte das plantas. Em casos extremos pode resultar em sobrecargas que levem a danos graves na estrutura do edifício que podem resultar, no limite, ao seu colapso.
Drenagem: São comuns os problemas de drenagem, sendo as consequências a morte das plantas e problemas de sobrecargas localizadas com deformação na estrutura. Para que estes problemas sejam evitados recomenda-se que a drenagem seja executada de acordo com os dimensionamentos realizados com base na área de captação da laje/cobertura, tendo em conta também o histórico de caudal máximo de água previstas para o local de instalação. Este dimensionamento também deve estar associado a um projeto de drenagem.
Estrutura: Os sistemas modernos para coberturas verdes trouxeram avanços significativos na redução do peso das coberturas verdes. No entanto, é preciso sempre ter em conta as especificações técnicas do produto / fabricante e a capacidade de carga do edifício, para evitar rachaduras ou até mesmo o colapso da estrutura.
Morte ou mal desenvolvimento das plantas: Normalmente os problemas com as plantas estão associados à escassez ou ao excesso de água (problemas de drenagem que originam asfixia radicular). É importante que as espécies sejam selecionadas caso a caso com cuidado de acordo com o tipo de uso e manutenção pensado para a cobertura e também do tipo de sistema de cultivo utilizado.
Os substratos técnicos, especialmente criados para coberturas verdes, são utilizados porque são misturas especiais de materiais leves, compostos maioritariamente por componentes minerais, com teor em matéria orgânica adequado ao tipo de cobertura verde (extensiva ou intensiva). Ao contrário dos solos, os substratos são tipicamente isentos de partículas finas (limo ou argila), ou têm muito baixa percentagem destes elementos, condição que lhes permite manter uma boa estrutura ao longo do tempo, bem como a garantia de que o sistema manterá a capacidade de drenagem dos excessos de água ao longo do tempo.
Outro característica muito interessante nos substratos é a ausência de propágulos, sementes ou partes de espécies infestantes que podem provocar custos muito elevados na manutenção para o seu controlo.
O facto de um substrato técnico de qualidade, próprio para coberturas verdes, ter um preço muito superior a um solo, o que em obras de grande dimensão tem muito significado leva a que sejam instalados solos em sistemas que não podem ser instalados com solos, causando o insucesso das coberturas verdes.
Podem ser utilizados solos em coberturas intensivas, construídas segundo modelo clássico. Para se utilizarem solos, estes devem ser rigorosamente escolhidos, devendo ter uma textura franco-arenosa e serem isentos de infestantes. Devem ser apenas utilizados em coberturas intensivas, com perfis superiores a 40 cm, em que as zonas de drenagem não devem ter filtros / geotêxtis, por forma a não haver colmatação a médio/longo prazo. De referir sempre que os solos não apresentam o mesmo tipo de garantia de funcionamento a médio-longo prazo, comparativamente com os substratos técnicos.
Solos melhorados são solos aos quais são acrescentados materiais inertes e/ou matéria orgânica por forma a se assemelharem com os substratos técnicos, sendo significativamente mais baratos. Claro que não podem oferecer as garantias que um substrato técnico oferece.